Ramalho Ortigão, escritor e grande viajante escrevia no séc. XIX. «Nada há no mundo mais saborosamente aprazível para um coração lusitano do que viajar, simplesmente em Portugal». São de facto incontáveis, as cidades, pequenas aldeias, rios, paisagens, jardins, que de Norte a Sul do país merecem a visita das pessoas cujo espírito curioso e atento não desistiram de deixar para trás o quotidiano monótono e partir à descoberta de lugares e experiências ainda desconhecidos.
O nosso passeio pelos jardins do Norte de Portugal, começa em Terras de Basto uma região de belas paisagens e verdejantes jardins, onde a camélia é rainha absoluta. A Casa do Campo nos arredores de Celorico de Basto, é um imponente solar que guarda o esplendor de gerações passadas. A casa tem capela, piscina, sala de jogos e ténis, mas são os jardins barrocos repletos de camélia e buxos com pequenos recantos e sombras, que fascinam, a ponto de entrarem nos festivais internacionais de jardins. Este é um belíssimo lugar para passar umas férias sossegadas. O jardim da Casa do Campo é um claro exemplo do desenvolvimento da arte topiária que se evidenciou no norte do país. Esta forma de escultura teve como principal suporte as cameleiras, progredindo rapidamente como arte após a introdução da espécie no nosso país. A camellia japónica, conhecida na região como Japoneira, terá sido directamente importada do Japão para o Porto em finais do Século XVI, adquirindo imediato destaque entre o elenco florístico dos jardins nortenhos da época e transformando–se num apanágio para as famílias ricas da região do Minho.
Seguindo em direcção a Guimarães, para os amantes dos jardins, a Casa de Sezim é excelente um exemplo dos jardins dos Solares de Portugal. Inserido numa quinta produtora de vinhos, a curta distância da cidade de Guimarães a casa está rodeada de jardins, repletos de buchos, cameleiras centenárias e pomares verdejantes.
O passeio termina em Ponte de Lima, descrito desde sempre, como o jardim de Portugal. De facto toda a zona é de uma enorme beleza. Ao longo de um vale entre os montes de Santa Maria Madalena e de Santo Ovídio, corre o rio Lima em tons verdes e azuis a banhar o extenso areal que orla a Vila de mais antiga de Portugal Ponte de Lima. Nas zonas junto às margens, extensas e férteis várzeas são o palco verdejante de inúmeras espécies agrícolas e botânicas, e pretexto para longos e saudáveis passeios e não percam o Festival Internacional de Jardins de Porte de Lima e os jardins do Parque temático do Arnado. Para os mais arrojados a Ecovia serve de itinerário numa paisagem protegida de grande beleza até às lagoas de Bertiandos e S. Pedro de Arcos, o que pode ser feito a pé, de bicicleta ou a cavalo. Tradicionalmente conhecidos pela hospitalidade, os Limianos conhecem bem a arte de receber em família e o que não falta na região, são esplêndidos lugares para repousar.
Já na margem direita do Lima, na freguesia de Calheiros, o Paço de Calheiros, considerado como um dos mais belos exemplares setecentistas portugueses, fica situado na parte mais alta de um monte coberto de vinhedos que lhe pertencem e de onde se aprecia uma paisagem magnífica sobre o Vale do Lima. O Paço é rodeado de jardins classificados do séc. XVII, de grande beleza. As fontes e matas, os passeios a cavalo, a piscina e provas de vinhos, são mais alguns dos atractivos para quem ficar alojado na casa desta família, aqui instalada desde o Séc. XIV.
Quem não sonha com horizontes vastos, vales sobranceiros ao mar, perfumes de flores e ambientes desconhecidos. Os mistérios rurais de uma natureza preservada, os encantos místicos das paisagens e planícies em socalcos ou onduladas, os reflexos dos rios. É isso que o convidamos a fazer. Os Solares de Portugal fazem parte desse sonho, ao proporcionarem a magia e o recolhimento que precisa, para de espírito curioso e disponível apreciar o melhor que a natureza lhe reservou.
Nos arredores de Celorico de Basto no lugar de Molares, aparece-nos imponente, a Casa do Campo, que resguarda o esplendor de gerações passadas. A nobreza do Solar descobre-se no barroco dos jardins povoados por exuberantes camélias, recriando acolhedores pátios e recantos em perfeita sintonia com a paisagem das formosas Terras de Basto. É um convite ao repouso estimulante e retemperador.
A pouca distância de Guimarães, depois de percorrida uma frondosa avenida de mimosas e acácias, ergue-se a nobre casa de Sezim, que pertence à mesma família desde 1376. A beleza da casa, a harmonia das suas linhas, a monumentalidade da sua fachada e a colecção de papéis panorâmicos da primeira metade do século XIX que abriga nos seus salões, têm sido, nos últimos anos, motivo de curiosidade internacional. Podendo ainda visitar a antiga adega nos fundos da casa, junto aos jardins, existe hoje na quinta uma nova adega onde as uvas são sujeitas às novas tecnologias e transformadas num excelente Vinho Verde.
Notável e imponente edifício, tradicionalmente considerado como o mais representativo das nobres casas do Minho. Resplandecem nos seus interiores lembranças de tempos gloriosos, guarda no silêncio do cair das águas das fontes de granito os segredos e história da família Calheiros, que aqui vive desde sempre. Situado numa encosta de uma das colinas que circundam a vila de Ponte de Lima, o Paço de Calheiros, rodeado de belos jardins, domina a perder de vista, um dos mais grandiosos cenários da região.
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