Situada na costa norte da ilha de São Miguel, à beira-mar, a Casa das Calhetas é
uma construção do século XVIII, datada de 1723. Solarenga na traça, foi, desde
sempre, casa de morgados. O morgadio das Calhetas, do qual faziam parte a
Quinta, Solar e Ermida da Boa Viagem, foi instituído por escritura de doação de
12 de Novembro de 173 I e confirmado por testamento, a 17 de Maio de 1734, pelo
capitão António do Rego e Sá, filho do capitão Nicolau da Costa d' Arruda
Botelho, um dos primeiros povoadores de São Miguel.
A moradia tem uma
estrutura arquitectónica das casas abastadas do meio rural açoriano da época,
com jardim de estilo inglês, com lago e campo de cróquete. O pátio interior, em
pedra de lavoura, possui uma escadaria dupla de estilo colonial espanhol. No
primeiro andar situa-se a parte nobre da casa onde se encontram os quartos, a
sala de jantar, uma sala de estar e a biblioteca, sendo os soalhos em madeira de
pinho resinoso e os tectos em estuque, com estrutura acaixotada. Neste piso
existem dois "halls" com soalho em pedra de lavoura, lareira com azulejos da
Lagoa e cozinha com acesso directo aos alpendres.
Todas as salas têm varanda
em ferro fundido com vistas para a bala da Ribeira Grande. As vistas para norte
e nordeste oferecem um cenário impressionante sobre o Atlântico, a costa norte
da ilha e a serra da Lagoa do Fogo, enquanto as vistas para sudoeste desvendam
um cenário que inclui o único convento de clausura dos Açores e o jardim da
casa. O edifício tem várias adegas, onde se fazia antigamente o vinho, com
estrutura típica das adegas da Ribeira Grande.
RNET n.º 7346 - Turismo de Habitação